A Vereadora infra-assinada, no uso de suas atribuições regimentais, submete à consideração do Colendo Plenário a presente MOÇÃO DE APLAUSOS a todas mães atípicas do município de Santana de Parnaíba.No último dia 02 de abril comemorou-se o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, data esta criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e que tem como objetivo levar informação à população para reduzir a discriminação e o preconceito contra os indivíduos que apresentam o Transtorno do Espectro Autista (TEA).É sabido que o diagnóstico de autismo dentro do ceio familiar não afeta simplesmente a vida do paciente, mas reflete em todos que convivem com ele e, nesse momento surgem essas heroínas que estão dispostas a tudo, a dedicar-se exclusivamente pelo desenvolvimento de seu filho, de sua filha. Estas são as mães atípicas.O termo não é tão bem conhecido, mas é bem simples de entender. São mulheres, mães cujos filhos têm um desenvolvimento que foge do esperado, do típico, do padrão de normalidade, como nos casos das deficiências físicas ou mentais. O normal aqui cabe apenas para exemplificar, pois não figura como uma realidade, haja vista que cada desenvolvimento é singular. Algumas dessas mulheres têm um filho, outras têm mais, algumas trabalham fora, outras dependem do Estado e da comunidade para ter o que comer, algumas acabam deixando o mercado de trabalho para dedicar-se ao(a) filho(a), outras acabam sendo despedidas devido a necessidade de ausentar-se para acompanhar o(a) filho(a) em uma consulta ou em decorrência da rotina do tratamento. Algumas são casadas e contam com o apoio incondicional de seus esposos, ou seja, possuem uma rede de apoio, outras infelizmente acabaram abandonadas pelos maridos, e acabam contando com a ajuda de parentes próximos, isso quando não se deparam com a renuncia de todos e se veem sozinhas. Dessas vivências distintas, algo as une como uma só: a maternidade atípica.Essa moção de aplausos é algo ínfimo perto de todo o reconhecimento que essas mães atípicas merecem. Maternidade atípica é um termo que tenta chamar a atenção da sociedade para as necessidades da mulher que cuida de pessoas com deficiência. É uma forma de alertar a todos que ela também precisa de cuidados. Estamos falando de mulheres que estão acometidas por inúmeras situações, a falta do autocuidado, o desprezo, as doenças psicossomáticas, as tentativas de suicídio. Infelizmente são mulheres que sofrem por caminharem sozinhas. O termo maternidade atípica ainda está em construção, algumas mães se identificam com ele; outras rejeitam o rótulo, todavia todas concordam que elas também precisam de apoio e de cuidado.Por fim, peço vênia a todos os Pares para transcrever um fragmento da fala da senhora Flaviana Tertuliana, uma mãe atípica, entrevistada durante audiência pública realizada na Câmara Federal sobre maternidade atípica e autismo “Existe um provérbio africano que diz assim: ‘É preciso uma aldeia para educar uma criança’. A mãe, por vezes, é a única integrante dessa aldeia. É ela quem lida com a negativa de matrícula nas escolas e a falta de inclusão. É ela quem recebe a negativa do plano de saúde e corre atrás de assegurar as terapias. É ela quem lida com a dor de ver a criança chorando pelo afastamento do pai, pelo afastamento das outras crianças no parquinho, dos familiares que as ignoram. É ela quem lida com as crises, com as idas aos hospitais e com a dor de quem é excluído. (…) A maior preocupação de uma mãe atípica é de quem ficará com seu filho quando ela não estiver mais aqui”.Esse trecho de um depoimento emocionado de uma mãe atípica demonstra o quanto essas mães batalham juntamente com seus filhos, compartilham de suas tristezas, de seus sorrisos, de sua evolução, mas também deixa claro para toda a sociedade que elas precisam de cuidados e de apoio.Assim, é com enorme orgulho que proponho a presente moção, reiterando que este gesto representa algo irrisório perto do que essas mães atípicas representam e merecem. Tenho certeza que este Parlamento nutre o mesmo sentimento e conto com o apoio nos Nobres Pares para aprovação dessa singela, mas necessária homenagem a todas as mães atípicas parnaibanas que se somam as centenas de milhares de mães atípicas que já existem e as que se tornam diariamente em nosso país.

ENFERMEIRA NELCI;

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